Onde há muito mais de nós mesmos...

Por Regiane Litzkow



Apenas um dia frio...


Definitivamente me enquadro na categoria dos poetas tristes... E pra ser sincera até bem pouco tempo atrás havia certa beleza nisso; o charme obscuro da melancolia, o dom de parafrasear tragédias poetizando-as, que consagrou diversos monstros da Literatura...

Mas, não pode ser! Eu me recuso estar condicionada a isso. Ô bichinho limitado e contraditório é o ser humano; que raio de inspiração é essa que só vem em meio ao caos?!

Essa indagação me tomou parte do dia, dia frio e chuvoso, típico dessas ocasiões...

Dias em que o corpo atrofia e mente resolve questionar todos os males do mundo e como a maioria deles fogem ao nosso controle, só nos resta filosofar...

Isso explica meu sumiço daqui, nos últimos meses além do sol que brilhou aqui até ontem e se superou nessa temporada verão/outono, vivi intensamente que não tive tempo para sofrer ou reparar no sofrimento alheio. Aliás, é impressionante como ficamos egoístas quando estamos bem, infelizmente é inerente ao ser humano e eu como simples mortal não fujo á regra.

Basta um indício de carência e já ficamos sensíveis a todo movimento que caracterize dor, nos compadecemos do próximo por mais distante que este seja, nos consternamos com músicas baratas que alguém num dia desses de amargura resolveu compor, nos comovemos com propaganda de operadora telefônica, banco, plano de saúde... Enfim, na realidade, só queremos um motivo que nos permita chorar nossas pitangas reprimidas, como se isso nos libertasse da nossa dura realidade, que na maioria das vezes nem é tão dura assim, mas dêem licença que estou “inspirada”.

E é só o começo! Já chegou o inverno aqui nas montanhas...

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