tag:blogger.com,1999:blog-126857222024-03-13T14:53:33.950-03:00Além das Palavras...Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.comBlogger67125tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-15505071595825066452013-03-28T16:38:00.000-03:002013-03-28T16:52:52.515-03:00Eu vou me lembrar...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLMoP-_Ur0M3NOBisNc2YWEu0n3XeOb0zcVz9VI_QiXRkKAb_l7tkhAO3RUsSgH_mCa4RxmaQyEKs6MEreeYTZV8CYg8XJOGkkueC4NYh7HLV_VkkP4emIr-XNFtgiuN3FzNdD/s1600/loislowry.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="110" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLMoP-_Ur0M3NOBisNc2YWEu0n3XeOb0zcVz9VI_QiXRkKAb_l7tkhAO3RUsSgH_mCa4RxmaQyEKs6MEreeYTZV8CYg8XJOGkkueC4NYh7HLV_VkkP4emIr-XNFtgiuN3FzNdD/s320/loislowry.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br />
Eu vou me
lembrar de você porque os dias azuis me trarão de volta o teu olhar, e eu repousarei nas tardes de domingo olhando para céu.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu vou me
lembrar porque no início das noites não sairá fumaça de sua chaminé, a luz
fraquinha da sua casa acenderá forte a saudade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Vou lembrar
sempre que chegar do trabalho, subir as escadas escuras e não encontrar uma
sacola na maçaneta com algum agradinho singelo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu vou me
lembrar toda vez que passar pela janela
da cozinha e não me deparar com a ternura dos seus acenos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Vou me
lembrar porque você amava as cores vivas e os ipês ainda colorem os arredores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Vou me
lembrar quando as crianças correrem brincando felizes aqui na rua, porque você
povoou este lugar e seus traços estão eternizados em cada uma delas.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu vou me
lembrar quando eu passar pelo portão e o vento tocar meu rosto, eu fecharei os
olhos e verei o seu semblante sereno, os seus gestos calmos e a sua fala branda
sempre no diminutivo; o “amorzinho” que nunca coube todo em você, escorria de
todos os seus lados. Escorrerá também pelos meus olhos, escorre já agora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu vou me
lembrar de você mesmo que eu corra e me esconda na intimidade do meu quarto,
cada objeto ali tem uma história contigo, até a pintura da parede que fizemos
vai me convencer de que você estará lá comigo. Ao deitar, como de costume, irei
me cobrir com os cobertores que você fez sob medida para mim na sua máquina de
pedal, e isso há de me aquecer por fora e por dentro.<o:p></o:p><br />
Eu vou me lembrar porque os teus medos tão ingênuos me fizeram a respeitar ainda mais, porque os conselhos que você me deu não vieram por fala, vieram através dos teus passos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu vou me
lembrar de você porque a sua presença implica em tudo o que é feito de paz,
porque enquanto muitos lhe traziam flores, eu assisti uma reconciliação entre
dois olhares, em seguida, o abraço, os soluços, as vozes embargadas,
constrangidas pelo amor que você sempre semeou.<o:p></o:p><br />
Vou me
lembrar porque uma noite antes, eu fiz uma prece por você, embalada pelo refrão <i>You can always come back home</i> - <i>Você pode sempre voltar pra casa </i>– e
adormeci. Mas, no outro dia, você não voltou para casa. Não voltou porque
sequer saiu. Sua casa é a nossa memória viva a cada instante, sua sala de estar
é o nosso coração. Eu vou me lembrar sempre porque não quero esquecer nunca. Pode ficar à vontade.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-21457919778069660462012-08-16T12:13:00.000-03:002013-04-26T12:14:08.896-03:00Não desista do amor.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKbqz2VxUqieVK4o_SlRn8C7PVStHPTlns4GtgE4clOK0vXTQtx6P7BIFErVgCdHlf8QqrfmJ5BvPvqkNbFYSpzpsgZFvhEzHTj15b74v_yYjtMkFbXBzLxlV51I3WW6BU9Dsy/s1600/cora%25C3%25A7%25C3%25A3o+flor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKbqz2VxUqieVK4o_SlRn8C7PVStHPTlns4GtgE4clOK0vXTQtx6P7BIFErVgCdHlf8QqrfmJ5BvPvqkNbFYSpzpsgZFvhEzHTj15b74v_yYjtMkFbXBzLxlV51I3WW6BU9Dsy/s1600/cora%25C3%25A7%25C3%25A3o+flor.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Não desista do Amor, ainda que lhe roubem todos os sorrisos.
Estou certa de que o amor não causa frustrações. Pessoas causam frustrações. O amor nunca falha. Nós falhamos. O amor é um sentimento perfeito administrado por seres limitados. Verbo nobre conjugado por sujeitos simples. Ação simples sujeita a indivíduos complexos. É o princípio de toda a criação. Nós, na condição de criaturas, somos sua consequência. O amor é a própria essência do Criador espalhada vida afora, vida adentro, vida que segue.
O amor é a maior de todas as nossas oportunidades. É a oferta constante de um abraço sincero entre você e a vida. É um convite a luz sempre de prontidão. O amor não desiste de nós. Nós desistimos de nós quando desistimos do Amor.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-80775109144927048782012-07-22T16:20:00.000-03:002013-04-26T12:21:11.820-03:00Do sentir...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ-LO2cYrUQM9VAwO_l-7AlC-RBBLVpJbU0xraEE4FXw9FU5NoR0U6z0WFN_bSeCxdi0jSmk25klrLLm8b_fmId-pSTPTqVLrDCgcnCtkP59uz2bmBHDg-9Qi6goV9BoO7SyvS/s1600/pensamento+desabafo+dente+de+leao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ-LO2cYrUQM9VAwO_l-7AlC-RBBLVpJbU0xraEE4FXw9FU5NoR0U6z0WFN_bSeCxdi0jSmk25klrLLm8b_fmId-pSTPTqVLrDCgcnCtkP59uz2bmBHDg-9Qi6goV9BoO7SyvS/s1600/pensamento+desabafo+dente+de+leao.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Hoje, parei por alguns instantes para olhar o céu. Deixei o azul me invadir até preencher todo o vazio que sentia. Olhei ao redor e percebi que a vida ainda fluía por todos os lados. No verde das matas, no gato que se espreguiçava, no bebê que trocava seus primeiros passinhos arrancando orgulhosos sorrisos no casal que o acompanhava... Percebi que, por mais que meu espírito esteja abatido, a vida resiste, e suas belezas continuam ali latentes. Parece-me ser um modo de Deus nos dizer que está presente sempre. Uma amostra de que felicidade vai muito mais além do que o bem que esperamos para nós mesmos. Um sinal de que nossas angústias e perdas não podem nos governar ao ponto de roubar nossa sensibilidade e transformar-nos em seres indiferentes à ternura. Deixei o sol arder o meu rosto e, em meio à estas certezas, esbocei um sorriso com o olhar. Não porque parou de doer, mas pelo privilégio de passar pela dor sem perder a doçura da alma.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-68529078251503874792012-05-09T19:34:00.002-03:002012-05-09T19:41:48.005-03:00Cheiro de flor<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3vDigalUSic2rl4om9kNgnE0Kzj6pFoUy9Lq6VxH61SDq-bsXfynddDcXpG5gK_mE99FzleGoOyXVqBD5-YlwB9j6am0lQ88jgQ89Y4VSvePn1O42SOVvwZ2V8GRyQbzfLMJw/s1600/girl_smelling_flower_paa333000004.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dba="true" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3vDigalUSic2rl4om9kNgnE0Kzj6pFoUy9Lq6VxH61SDq-bsXfynddDcXpG5gK_mE99FzleGoOyXVqBD5-YlwB9j6am0lQ88jgQ89Y4VSvePn1O42SOVvwZ2V8GRyQbzfLMJw/s320/girl_smelling_flower_paa333000004.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
De todas as coisas que cortam meu coração, o perfume da minha mãe é o que mais me dilacera.<br />
<br />
Admiti isso ontem, após despedir-me dela com um abraço, enquanto atravessava a cidade ao anoitecer, percebi que seu cheiro havia ficado nos punhos da minha camisa.<br />
<br />
Certos laços nos amarram, de tal modo, que constituem nós. Desses, não nos desprendemos jamais.<br />
<br />
Logo que se separou do meu pai, em suas visitas sazonais, minha mãe sempre nos trazia uma sacola contendo bolachas, balas e doces.<br />
<br />
Era certo que deixaria impregnar as alças da sacola com aquele seu odor floral que, por vezes, se espalhava até pelas embalagens que carregava ali.<br />
Logo que partia, meu pai sempre resmungava algo, reprovando aquele excesso de fragrância. Nós ríamos de sua rabugice com as bocas todas lambuzadas das guloseimas, enquanto eu aproveitava a distração de todos para afanar a perfumada sacola. Dobrava e a escondia cuidadosamente entre a blusa e o peito.<br />
Reduzia meus movimentos para que ninguém percebesse. Se meus irmãos vissem, certamente zombariam. Papai poderia se chatear. E o que pensariam meus amigos se descobrissem que eu tinha apego a uma sacola? Necessitava muita cautela, até conseguir ficar só e guardá-la em um local mais seguro. Lugar que se tornava uma espécie de santuário. Era quase um ato devocional eu retornar ali todos os dias. Evitava chegar muito perto. Acreditava que se abusasse do contato, o aroma mágico se gastaria. Fazia economia apenas contemplando. E quando não conseguia me conter, aproximava-me e inspirava com toda a força dos meus pulmões infantis, na vã tentativa de saciar-me por completo. Era sempre assim, até que se desse outra visita e eu conseguisse substituir a sacola por outra recarregada daquele cheiro doce.<br />
Numa manhã de verão inesquecível, surpreendentemente, mamãe nos esperava na portaria da escola. Como sempre, linda e despreocupada, roubando os olhares ao redor. Acompanhou-nos de mãos dadas até em casa, almoçou conosco, distribuiu presentes, guloseimas e, ao fim do dia, revelou que estava de mudança para longe.<br />
<br />
Era a despedida. A última sacola...<br />
Durante os anos seguintes, mantive o ritual. A princípio, meu olfato logo reconhecia os vestígios dela ali. Com o tempo, só restou o cheiro de plástico.<br />
A constatação disso me custou muito mais lágrimas do que a própria despedida tempos antes. Eu me acostumara a viver sem a minha mãe, não sem o perfume dela. Aquilo já era abandono demais! Não sabia se me faltava o ar por conta do choro convulsivo ou pela ausência do meu cheiro favorito. <br />
<br />
Chorei outras vezes depois, mas a falta costuma roubar o espaço que algo deixou na vida da gente e, aos poucos, ela se acomoda e passa a fazer menos barulho.<br />
E foi no silêncio que mantive, por anos, minha sacola de estimação. Já não passava de uma sacola furada comum, mas eu ainda via sentido em guardá-la. Descartável é um termo muito pessoal, por assim dizer, varia da necessidade de cada um.<br />
Uma sacola acalentou-me diversas vezes. Depois, eu cresci, reencontrei várias vezes o abraço da minha mãe adocicado por aquele perfume e entendi que sou incapaz de eternizá-lo como queria.<br />
Essa idéia foi se tornando mais forte, consolidando-se junto à noite. Enquanto eu caminhava, revezando entre os dois pulsos que levava ao nariz, afetados por aquele cheiro único. Cabeça erguida, coração cheio, ignorei os demais transeuntes... Perdi o medo de ser ridícula. Decidi prolongar ao máximo esses momentos doces que exalam cheiro de flor.<br />
<br />
Punhos, sacolas, fragrâncias... Tudo expira.<br />
<br />
Mas muito mais adentro do que entre a blusa e o peito, é no coração onde carregamos o verdadeiro bem durável, o melhor de todos os perfumes; o amor.<br />
<br />Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-84123258419911494352012-04-26T15:54:00.000-03:002012-04-26T16:01:48.060-03:00Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi1ob_S0oG-f-6ZZdyD4IKR8M84zp5DRVasN_R1rMLhkHyUAr-BVxhyYRkDVw6gvdPiqumRq4AX-QfcVXwrrzrOE4DOUopoH4UngGrMqnHBIP9TGR-3V_DpoHoFiClP2yz5jCB/s1600/Brincadeiras-em-grupo-infantil-01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi1ob_S0oG-f-6ZZdyD4IKR8M84zp5DRVasN_R1rMLhkHyUAr-BVxhyYRkDVw6gvdPiqumRq4AX-QfcVXwrrzrOE4DOUopoH4UngGrMqnHBIP9TGR-3V_DpoHoFiClP2yz5jCB/s320/Brincadeiras-em-grupo-infantil-01.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
A vida segue em ritmo de maratona.<br />
Fico para trás, perdida, a rodar. Círculo que aumenta e diminui, ao passo que as pessoas entram e saem. Ultimamente, mais saem. Desespero. Não se ciranda sozinho.<br />
<br />
Recentemente, passava os olhos nos filhos de uma amiga que precisou sair às pressas e não pôde levá-los consigo. As crianças reuniram outros amiguinhos para brincarem e revezavam-se entre um computador e um vídeo-game. <br />
Juntas, somavam cinco crianças, o que sempre obrigava uma delas a ficar de fora dos jogos em uma rodada. Sucessivamente, quem perdia cedia a vaga para o outro que não estivesse jogando. O tumulto era certo ao fim de cada jogo. Reclamações, discussões, insultos e o repetido chororô de quem precisava sair. <br />
Já não conseguia mais me concentrar em minha leitura, quando resolvi intervir. <br />
Vesti minha máscara de adulta e comecei exigindo uma explicação para toda aquela confusão. Falavam todos ao mesmo tempo. O menino maior, de uns oitos anos, me assustou. Tinha toda postura de revolta do mais injustiçado dos homens e estava disposto a obter seu direito à qualquer custo. O excesso de gesticulação e os olhos inflamados, gritavam muito mais que sua voz rouca alterada. <br />
Eu precisava ser sábia. Eram apenas crianças, disse para mim mesma. <br />
Em meio à gritaria, tentei retornar à minha infância em busca de alguma solução. Surgiu-me, de imediato, a doce lembrança dos velhos terreiros mineiros, espaço predileto nos fins de tardes e nas noites de lua cheia. O pátio mal acabado do grupo escolar. A sala do antigo casarão, cujos passos sobre o assoalho tinham a rítmica mais ingênua do universo. Cenários que acolhiam meninos e meninas de todas as idades, com as mãos entrelaçadas, formando o coral que entoava a conturbada relação amorosa entre o Cravo e a Rosa, o caso do moribundo Samba Lelê, Se essa rua, se essa rua fosse minha... Numa explosão de saudosismo sugeri:<br />
<br />
- Que tal brincarmos de roda?! <br />
<br />
As vozes acalmaram-se repentinamente, até o silêncio ser rompido pela garotinha que queria entender a brincadeira. Todas as atenções voltadas para mim, dediquei-me a explicar com empolgação, quando a mesma menina me interrompeu, questionando quem ganhava e quem perdia. Respondi-lhe que não era uma brincadeira de competição e que objetivo era tão somente se divertir. As interjeições de frustração e desdém vieram em uníssono. E antes que eu sequer argumentasse, já haviam me dado às costas e retomado seus postos nos jogos.<br />
<br />
Resignada, deitei-me novamente. Em vez da leitura, perdi-me em pensamentos que me fizeram olhar para bem dentro de mim. <br />
Nunca fui dada à competições, o que me desloca bastante neste mundo. Analisei vários aspectos da minha vida. Me senti muito mal, mas não cogitei a hipótese de ser diferente. Para amenizar, atribuí a causa ao meu senso socialista. Mentir para si mesmo não é uma idéia inteligente. Admiti a covardia. Só entrei em disputas quando tive certeza da minha vitória. <br />
Perdi muito, mesmo sem disputar. Quem não aceita desafios por medo de perder, já é por si só perdedor. <br />
Engoli o choro quando uma mãozinha me tocou... Era o menorzinho da turma, me pediu que brincasse de roda com ele. Antes que eu olhasse para aquela atitude como um vestígio de esperança para o meu próprio drama, ele acrescentou trocando o som de algumas letras: <br />
<br />
- Cansei de perder.<br />
<br />
Mal sabia falar, mas já aprendia o jogo da vida.<br />
<br />
Sorri para ele e nos demos as mãos como quem só tem um ao outro, embalados pela triste cantiga de alguém que, um dia, também rodou:<br />
<br />
"...O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou."Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-89498975755422839242012-03-08T13:10:00.004-03:002012-03-08T14:07:49.455-03:00Elas por ela<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Uoj-a47KinZBboCmrM6XOq8_-zrSrHCReVFJYFRzYN7j7YKc_52oKvIXQR6TvXCtbq7tGHzkCq2aT1QHPUarQ_dfPjHe5K9pRFC5M3yUrvUqJd4QDuC-gmffftKgekr9XWrF/s1600/fff.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Uoj-a47KinZBboCmrM6XOq8_-zrSrHCReVFJYFRzYN7j7YKc_52oKvIXQR6TvXCtbq7tGHzkCq2aT1QHPUarQ_dfPjHe5K9pRFC5M3yUrvUqJd4QDuC-gmffftKgekr9XWrF/s320/fff.jpg" width="320" yda="true" /></a></div><br />
<br />
<br />
Os olhos que abrigam incertezas<br />
Doces segredos da alma feminina<br />
Utilizam-se de infindáveis sutilezas<br />
Diante do que o mundo determina<br />
<br />
Suaves mãos que bordam proezas<br />
E as que a bolsa giram na esquina<br />
Têm donas de incontáveis belezas<br />
Moça, senhora, mulher ou menina<br />
<br />
Seu seio aconchegante; um vulcão <br />
Acolhe os guerreiros na madrugada<br />
Razão de tanto suspiro pela avenida<br />
<br />
Alimenta a criança recém chegada<br />
Guarda aquilo que dá sentido à vida<br />
Sua fábrica de sonhos; seu coração.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-44395726028326165032012-01-27T10:47:00.003-02:002012-01-27T19:18:59.428-02:00A Menina e o Poeta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8P3WZwkjkJsVSUakS8t4RFkoNIQBIEFiOEUyhoZblyo0bdoIiuOgpFRV7z-10scrZNGk_gB51ronaOTob-N3dSFyh0yCNQUTVEF_gcdWWz6h7OaMEXSi3elowT8am230bgJ2N/s1600/casal_baloes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gda="true" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8P3WZwkjkJsVSUakS8t4RFkoNIQBIEFiOEUyhoZblyo0bdoIiuOgpFRV7z-10scrZNGk_gB51ronaOTob-N3dSFyh0yCNQUTVEF_gcdWWz6h7OaMEXSi3elowT8am230bgJ2N/s320/casal_baloes.jpg" width="320" /></a></div><br />
Uma misteriosa menina<br />
Um poeta sonhador<br />
Um encontro inspirador<br />
Uma história, uma sina<br />
<br />
Uma paixão se descortina<br />
Revela-se em versos de amor<br />
Enche um coração acolhedor<br />
De uma paz que já o domina<br />
<br />
É tomada de plena ternura<br />
A menina dos olhos de mar<br />
Só, ela nunca mais estaria<br />
<br />
Guiar-se-ia por aquele olhar<br />
O versejador da calmaria<br />
Com poemas que tudo cura.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-51801496637213176892011-11-28T15:37:00.008-02:002011-11-29T10:55:48.926-02:00Tudo o que se vai<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqER6_VwmmiugEh5SvLqNN-18Vtg1zoQAhoTc32TTdL7CXjbVHc2WpDCF-PxiwouN6d5IlpKfI1PUBSAjrCMeuovSS9vQA2dxVF9CbQ04Kj3mmUpdTfiFX7K7Ric7YOahCgxSG/s1600/pequenina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dda="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqER6_VwmmiugEh5SvLqNN-18Vtg1zoQAhoTc32TTdL7CXjbVHc2WpDCF-PxiwouN6d5IlpKfI1PUBSAjrCMeuovSS9vQA2dxVF9CbQ04Kj3mmUpdTfiFX7K7Ric7YOahCgxSG/s320/pequenina.jpg" width="244" /></a></div><br />
<br />
É estranho assistir certas coisas como espectadores, quando somos parte interessada da história.<br />
O abandono nunca vem com a mesma sutileza que utilizam as conquistas. Por mais que chegue em doses homeopáticas, o abandono sempre é rude. Há quem diga que perdas radicais, dessas inesperadas, são muito mais dolorosas. Quanto mais eu vivo, menos me convence essa teoria.<br />
<br />
Até à adolescência, costumava ficar horas recapitulando o dia em que a minha mãe saiu de casa. Não houve desespero, lágrimas bater de portas ou pedidos de perdão... Ela simplesmente saiu, sem despedida, sem bagagem, virou-se e foi. Eu, como única testemunha daquela cena, fiquei ali estática, olhando até que ela desaparecesse na primeira curva. Sabia, intuitivamente, que ela não voltaria. Apesar disso, permaneci ainda um bom tempo parada do lado de fora, olhando atentamente para a esquina vazia. A inércia tomou o lugar das lágrimas que não me vieram. Fui tantas vezes interpelada por adultos que queriam entender o que houve, escutava deles sempre a mesma indagação de que eu devia estar esquecendo de algum detalhe. Era inútil responder que não, eu era muito criança para obter tanto crédito. Eram tão insistentes que essa pergunta me acompanhou durante anos e passou a ser mais minha do que de qualquer um deles.<br />
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Demorou tempos para que eu descobrisse que minha mãe já estava indo embora bem antes daquele dia. Todos os dias ela ia um pouco, e mais um pouco, até ir de vez.<br />
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Anos antes daquele vinte e cinco de agosto, numa tarde de domingo, ela passava mal e se queixava das louças na pia que haveria de lavar. Eu saí quieta do quarto, peguei com muito esforço uma cadeira, me equilibrei em cima dela e resolvi que, pela primeira vez, lavaria louça para minha mãe e ela ficaria muito feliz comigo. Tive a "brilhante" idéia de que em vez de detergente comum eu usaria um sabonete perfumado que ficava no lavabo. Com a espuma que restou na pia, eu modelei um coração enorme. Após o grande feito, fiquei ansiosa, esperando que minha mãe se levantasse e percebesse a surpresa. Retoquei várias vezes o coração, mas ela demorou tanto que a espuma secou e ele ficou pequeno e deformado. Até que ela surgiu e, antes que eu dissesse qualquer coisa em minha defesa, brigou muito comigo por causa do sabonete. Irritada, empregou-se em lavar tudo novamente. Ao primeiro jato d'água extinguiu-se todo resto da espuma e um fio de esperança desceu junto cano abaixo. Esse é o primeiro registro que tenho de que minha mãe já não estava mais lá comigo. Só estamos verdadeiramente em um lugar, se nosso coração e alma também estão ali. Daí por diante, fui identificando vários outros vestígios da partida dela.<br />
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Curioso é a constatação de que essas passagens nunca me produziram revolta ou raiva. Ao contrário disso, eu a abraçava e pedia desculpas aos prantos. Preferia assumir uma culpa que sequer tinha, como se essa atitude pudesse reverter aquele quadro de abandono contínuo.<br />
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Ainda hoje faço isso, não aprendi lidar com perdas e acho que nunca vou aprender. Me comporto feito a mesma criança quando percebo que algo está me escapando. Sofro às prestações e fico esperando a despedida final que pode bater à minha porta a qualquer instante e sair por ela sem olhar para trás.<br />
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Acho ser por isso que quando chega a hora temida já não existem mais lágrimas. Mas não se enganem, é aí que inside toda a coletânea da tristeza. A certeza de que o momento viria e não ter sido capaz de evitá-lo, sempre diminui algo em nós.<br />
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Resta-nos deixar que se vão, recolher os cacos e conservar num canto especial da memória o que foi lindo.<br />
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Pra ser sincera, não me recordo de muitos momentos lindos com minha mãe, mas se pudesse voltar no tempo, lavaria toda a louça de novo, desta vez com detergente. Faria também um coração de espuma ainda maior e se ela não o visse, faria com que ela enxergasse o meu próprio coração.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-57510671874465916792011-10-27T16:01:00.001-02:002011-10-27T16:25:45.835-02:00METAMORFOSE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt3BbMVCe-aqHuHk9uaaxmV-wknXI3KUK1tNd6dSOpvl7YoDsJrj63-vQQEm74daVaS6G8cr06mdJCZDhwgXad6bnyDLiUKc0jlSz66Ch05bsk1zcfoFRVUKSGl2CViRt0ptMr/s1600/cccc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" ida="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt3BbMVCe-aqHuHk9uaaxmV-wknXI3KUK1tNd6dSOpvl7YoDsJrj63-vQQEm74daVaS6G8cr06mdJCZDhwgXad6bnyDLiUKc0jlSz66Ch05bsk1zcfoFRVUKSGl2CViRt0ptMr/s320/cccc.jpg" width="250" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
Era apenas lagarta, julgava-se desafortunada.<br />
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Incorformada, clamava por vôos e cores vibrantes.<br />
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Escrava dos sonhos, enclausou-se. <br />
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Desaforo! Entregou-se à própria sorte.<br />
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Quando envolvida em seu casulo deu-se o tal esquema. <br />
<br />
Trazendo toda beleza à seu domínio.<br />
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Fascínio! Da leveza ao colorido das asas...<br />
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Essas asas que prometem liberdade. - Falsa liberdade!<br />
<br />
Desde então, vaga obstinada, presa eternamente ao encanto das flores.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-18171928514597733332011-10-16T11:34:00.000-02:002011-10-16T11:34:24.164-02:00DIALÉTICA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzGhhsZYjCRluPqgPJmmftfbNDO_3j9oHpcQrzRvA7jhZtWKL4T-khoV_GT5dvzPJxdk_I95Wq4hvTnjNafnYrxe7hbauR6LHywQhtjmNrjfWd5xugdn3tZ6RDBaXWEtTChPFS/s1600/fvv.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzGhhsZYjCRluPqgPJmmftfbNDO_3j9oHpcQrzRvA7jhZtWKL4T-khoV_GT5dvzPJxdk_I95Wq4hvTnjNafnYrxe7hbauR6LHywQhtjmNrjfWd5xugdn3tZ6RDBaXWEtTChPFS/s320/fvv.jpg" width="320" /></a></div><br />
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"É claro que a vida é boa<br />
<br />
E a alegria, a única indizível emoção<br />
<br />
É claro que te acho linda<br />
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Em ti bendigo o amor das coisas simples<br />
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É claro que te amo<br />
<br />
E tenho tudo para ser feliz<br />
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<br />
Mas acontece que eu sou triste..."<br />
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<span style="background-color: white; color: #3d85c6;">Vinícius de Moraes</span>Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-76407772384010413592011-10-14T22:48:00.003-03:002011-10-14T22:53:56.204-03:00E você, o quê vê?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZvPA0scibmGtJeTcIZ4VB4FcllFtDkPPzgrArcZ40CeUaWQevMnpEWhaFuPywqYZMwoiFp0KEaHNgQ9iv-SZl4DhlPAfsJQX5NRr4o85YKVxnGwqVaLL5qDaEMQ6qvjfhkd-o/s1600/mirror.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="288" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZvPA0scibmGtJeTcIZ4VB4FcllFtDkPPzgrArcZ40CeUaWQevMnpEWhaFuPywqYZMwoiFp0KEaHNgQ9iv-SZl4DhlPAfsJQX5NRr4o85YKVxnGwqVaLL5qDaEMQ6qvjfhkd-o/s320/mirror.jpg" width="320" /></a></div><br />
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Nessa semana me vi - outra vez - desvairadamente apaixonada por Kundera. Lembro-me ainda do impacto que A Insustentável Leveza do Ser causou em mim, fazendo com que eu percorresse, desesperada, todas as bibliotecas em busca de mais daquele universo que me fora apresentado.<br />
Hoje, mais madura e, passada a fase tiete, vejo que A Imortalidade foi mais além do entusiasmo de outrora.<br />
Agnes, à princípio, tão sombria, se revelou tão íntima, tão humana que meu senso de partilha não me permitiu guardar só para mim:<br />
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<strong>"Imagine que você tenha vivido num mundo em que não existissem espelhos. Você teria sonhado com seu rosto, o teria imaginado como uma espécie de reflexo exterior daquilo que se encontra em você. E depois, suponha que com quarenta anos tenham lhe estendido um espelho. Imagine seu espanto. Teria visto um rosto totalmente estranho. E compreenderia nitidamente aquilo que recusa a admitir: seu rosto não é você. </strong><br />
<strong>(...)</strong><br />
<strong>Nosso nome, também, vem por acaso, prosseguiu ela, sem que saibamos quando apareceu no mundo, nem como um nosso desconhecido antepassado o conseguiu. Não compreendemos absolutamente este nome, não conhecemos sua história, e mesmo assim o usamos com grande fidelidade, nos confundimos com ele, gostamos dele, somos ridiculamente orgulhosos dele, como se o tivéssemos inventado num lance de genial inspiração. Quanto ao rosto, é a mesma coisa. Lembro-me, isso deve ter acontecido no fim de minha infância: de tanto me olhar no espelho, acabei chegando à conclusão de que o que eu via era eu. Tenho uma vaga lembrança dessa época, mas sei que descobrir meu eu deve ter sido inebriante. Mais tarde, porém, chega o momento em que nos olhamos no espelho e dizemos: será que sou eu mesmo? E por quê? Por que devo ser solidário com isso aí? Que me importa esse rosto? E a partir daí tudo começa a desmontar. Tudo começa a desmontar."</strong> <br />
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Carta de Agnes para Paulo - <span style="color: red;"><strong><span style="color: #6fa8dc;">A Imortalidade</span></strong> </span>de Milan Kundera.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-85794217918163194022011-09-23T02:33:00.001-03:002011-09-23T02:36:34.526-03:00Estacione já!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhob1uiX7wmnn6HVSqPn2Ib71Sr6vK9LBzHWAzwOUws2L25JanTHiPNj8yuyYuLo34pscVFyGNZCjTw1VPVGUzR0xGX2BqxrFKKen_IT57-B5TGnDTN7Ofm3OIob5-EIofS7n2f/s1600/monet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hca="true" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhob1uiX7wmnn6HVSqPn2Ib71Sr6vK9LBzHWAzwOUws2L25JanTHiPNj8yuyYuLo34pscVFyGNZCjTw1VPVGUzR0xGX2BqxrFKKen_IT57-B5TGnDTN7Ofm3OIob5-EIofS7n2f/s320/monet.jpg" width="320" /></a></div><br />
<br />
Lá vem chegando ela<br />
Mais graciosa não há<br />
Vestida de florais da aquarela<br />
Como não se encantar?<br />
<br />
Pelos campos vem dançando<br />
Seu perfume não se confunde<br />
Às cores todas iluminando<br />
Assim, sedutora amiúde<br />
<br />
Uma esperança traz consigo<br />
À quem algum calor espera<br />
Imploro que fiques, de vez, comigo<br />
Pois, és bem-vinda, Primavera!Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-23117434555241868932010-12-04T03:01:00.009-02:002010-12-04T03:27:00.134-02:00Nas Curvas do Amor<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCyr7HRuVvedx4WGyFWYd46xi3_OPc3Bx4v_clZELRMGt_OkBFqqqe42k7_QhIkN8nkwL-BHeUvR_BzirM3OVlifznrRIBJOKLkvq7D29kHRSRdPu2EJ7PfpS65Ikh0AqIUKUO/s1600/curva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCyr7HRuVvedx4WGyFWYd46xi3_OPc3Bx4v_clZELRMGt_OkBFqqqe42k7_QhIkN8nkwL-BHeUvR_BzirM3OVlifznrRIBJOKLkvq7D29kHRSRdPu2EJ7PfpS65Ikh0AqIUKUO/s320/curva.jpg" width="320" /></a></div><br />
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Hoje, enquanto trocava um manequim lá na loja, observei que entre as vitrines da galeria caminhava, graciosamente, uma menina com idade entre cinco ou seis anos. Ela, que desde então habitou todo o meu pensamento durante o dia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Conheci seus pais logo que me mudei aqui para a cidade, há uns dez anos atrás.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Somos mais ou menos da mesma faixa etária e na época tínhamos amigos e interesses em comuns, o que nos permitiu vivermos algumas situações juntos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ele, sempre vivaz, risonho, incansável. Rapaz oriundo lá das bandas do Nordeste, destes que se enchem de disposição para mudarem seus destinos diante das oportunidades aqui das montanhas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ela, moça simples, filha da terra, nascida e criada na zona rural. Prendada quanto aos afazeres domésticos. Olhar despreocupado e sonhador. Leve, muito leve...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Juntos, eram o típico casal feliz. Tinham prazer em ocupar-se um do outro. Viviam de segredinhos, abracinhos, risinhos e outras peculiaridades próprias dos apaixonados. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Em nossas reuniões sociais, sempre esqueciam-se do todo e distraíam-se entre si. Bastavam-se um ao outro. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Nas raras vezes em que os vi separados, ainda representavam o par; não esqueciam-se por um segundo. Não distinguiam-se mais. Numa destas vezes em que estive só com ela, empenhou-se a tarde toda em me contar – com uma riqueza de detalhes – como se conheceram, o primeiro beijo, as primeiras flores... Nos olhos, o brilho ufano de quem sabe que carrega consigo a proeza que embala a vida.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Soube por terceiros, que todos os meses, num dia específico, ele elaborava uma situação romântica para ela. Cuidava minuciosamente de tudo. Era criativo e dedicado em seus feitos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Em outra ocasião, onde estávamos num mesmo sítio, tirei umas fotos dos dois a pedido deles. Não precisaram se esforçar para que aquilo fosse o registro de um amor intenso. Tanto me impressionou a sutileza, que quis as cópias. - Nunca as tive.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Iam assim, na mesma direção. Ávidos, mas sem parecer querer chegar nunca. Ir, tão somente, era o que os motivava. Ali estava contido todo deleite que exalavam.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Namorados continuaram a ser, mesmo depois do noivado. A cerimônia de casamento, embora simples, contagiou até quem passava pela rua. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Mudaram-se para uma casinha pequena. Com esforço a mobiliaram modestamente. Orgulhavam-se demasiadamente disso.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Não demorou muito a notícia de que um bebê estava à caminho. E ela veio...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Não sei se neste processo perdi algum capítulo, mas o fato é que, logo que recém-nascida, soubemos com muito espanto que o pai havia saído de casa e se aventurado em outro relacionamento. A mãe entregou-se ao sofrimento, enclausurou-se, não reagindo mais. Isto a obrigou entregar o bebê à avó, com a qual a menina vive até hoje.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ouvi rumores de que poucos meses depois o rapaz arrependeu-se, procurou desesperadamente a reconciliação. Tentaram. Mas ela já não o queria mais, disseram.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Abandonaram-se de vez. E muito mais que um ao outro; abandonaram a si próprios.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ainda os vejo, entre um estação e outra. Dois (in)completos estranhos: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ela, introspectiva; andar pesaroso. Sem qualquer adorno. Seus cabelos não possuem o mesmo balanço de outrora. Nenhum indício de leveza. Nenhum...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ele, sisudo, compenetrado. Não gargalha mais, não alça vôos. Cético. Namora há algum tempo com uma loura escultural, destas tipo capa de revista. Entretanto, está longe de exibi-la com a mesma vaidade que fizera em outros tempos com a moça da roça. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Mudaram de endereço, de amigos, de projetos. Mudaram.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Como um carro que vem veloz, faceiro e num momento de descuido derrapa numa curva, colide, capota várias vezes até incendiar-se por completo. E dele só resta o chassi.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Nos moldes do que já não mais existe, está lá o chassi: A pequenina entre as vitrines.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">O balé de seus passos e a junção de sua vivacidade - entre tantas outras somas - denunciam sua origem. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Lá está ela, a miniatura do milagre da vida em movimento. A evidência escancarada daquele amor. O álibi desta pobre narradora sobre a veracidade deste romance.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Tão inocente, tão linda, tão eles!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Quis abraçá-la e não pude.</div>Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-79468356017545913822010-11-28T12:09:00.000-02:002010-11-28T12:09:32.545-02:00Pátria amada e Idolatrada?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBKnfSXFII5Pe7USH-vaggVN66uwU9FHHFhEYe_hX0kD2BNNYtfQV4XpwYgm3j0XUntikTxRwuz6a41DbO59A2cLlMmLwG2PdU_IBY6qiEuI5FmsGysdjcrjj18eCaHbrQC4da/s1600/VIOLNC%257E1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBKnfSXFII5Pe7USH-vaggVN66uwU9FHHFhEYe_hX0kD2BNNYtfQV4XpwYgm3j0XUntikTxRwuz6a41DbO59A2cLlMmLwG2PdU_IBY6qiEuI5FmsGysdjcrjj18eCaHbrQC4da/s320/VIOLNC%257E1.JPG" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Brasil, onde está a terra adorada?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">E sua bandeira? Por que não vivemos o que nela foi escrito?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Ordem e Progresso... </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Progresso? Talvez. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Porém, não iremos muito adiante se não houver Ordem.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">O filho da Pátria não foge à luta; sai às 6 da manhã e volta às 10 da noite. E não teme a própria morte - que pode lhe pegar na próxima esquina -, mas teme a justiça de seu país. Esta é clava forte?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Se dos filhos deste solo és mãe gentil, por que nem todos podem desfrutar?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Entre outras mil, uma criança morre de fome, ao passo em que uma dorme em berço esplêndido. Tudo isso iluminado ao sol do novo mundo. Novo Mundo?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Calma, calma! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Brasil é o país da praia, do samba... Não o Brasil que milhões de brasileiros conhecem.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Pátria amada e idolatrada?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Sim, senhores! Quem não ama sua Pátria?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Houve glória no passado? </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">Não sei... Mas esperamos a PAZ NO FUTURO...</div>Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-89712886603640592032010-11-14T16:15:00.010-02:002010-11-20T18:01:55.850-02:00Entre chuva e biscoitos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjndnpJYHqM5kG0AiTkIxDMifS2RHaFOVvCy9H6nZQOX9epvJfw-4LUPueA6BRWkr3rer_yBo1c8mZg4UmrOET6Idrxxq6B1KTPHcmHNStdliYzhYDbtvAGhrrUYv05kISnCznx/s1600/wallpaper+76_Emo_by_BeBz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjndnpJYHqM5kG0AiTkIxDMifS2RHaFOVvCy9H6nZQOX9epvJfw-4LUPueA6BRWkr3rer_yBo1c8mZg4UmrOET6Idrxxq6B1KTPHcmHNStdliYzhYDbtvAGhrrUYv05kISnCznx/s320/wallpaper+76_Emo_by_BeBz.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Há tempos que não desabo aqui e nem ouso mais justificar-me. Uma coisa é fato: Sempre corro para cá em situações que me amedrontam. Muitas vezes, só rascunho minhas percepções, outras - a maioria delas- distraio-me dos medos atuais apenas lendo medos antigos. E assim, me refugio. Sempre aqui.<br />
É verdade que me perco muito com as minhas palavras, paradoxalmente, nelas sempre me encontro. O que não significa encontrar as respostas, mas saber de mim mesma já é um grande avanço para atenuar minhas crises.<br />
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De uns tempos para cá, prometi tentar relaxar e não levar tão a sério certos aspectos da capacidade humana. Óbvio que não funcionou, nunca funciona. Nessas horas, junto à frustração é que vem o diabo do medo. Medo do mundo, diante da constatação de ser parte dele. Este mundo que não quer saber seu nome. De pessoas que não procuram seus olhos, suas verdades. Atualmente, sinto-me cada vez mais em um monólogo. Falo coisas sobre mim e os outros respondem coisas de si próprios. Com sorte nem precisaremos emitir opiniões. <br />
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Eu tenho pânico de multidão, admito. Trauma de infância. Não sei. Mas sempre quis lidar com gente. Ainda acredito em gente. Gosto de gente. Detesto me sentir um ET por isso. Detesto mais ainda quando não me sinto este ET, rendida aos conceitos gerais, mesmo nos menores atos. Como de quando passei a entrar nos ônibus procurando o assento com o lado vazio. Por quê? É comum. Somos suspeitos. Ouso declarar culpados. <br />
É nessa atmosfera que, criamos universos individuais, segregamos os interesses, tornamos o próximo comum, identificável, dedutível. Mesmo sobre a prerrogativa de que há muito mais além das palavras, ainda perstiste uma indisposição. Por que lidar com sentimentos que não os seus? Assim, vivemos de nossas concessões. Pequenos momentos, brechas, as poucas chances de dizer quem é. Nosso discurso. Nossa mesquinharia.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>Será que sempre foi assim e eu só percebi quando tornei-me adulta? Perdemos algo? Somos mais vazios? Meu sorriso tornou-se burocrático? Tudo bem, não podemos conhecer a todos, porém, acredito que esquecemos que há um todo. Evitamos nossos <strong>semelhantes</strong> pela possibilidade das <strong>diferenças</strong>. Que bizarro!<br />
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Ontem, num ponto de ônibus, enquanto esperava a chuva passar (para evitar outro banho gelado), uma senhora bem simples, despretensiosamente, sentou-se ao meu lado, abriu um biscoito de polvilho e questinou:<br />
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- O que adianta colocar a validade se nunca dá para enxergar? Tá sempre borrada.<br />
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- Pois é, eles fazem isso mesmo!- respondi alheia<br />
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Ela então, ofereceu-me do biscoito e deu a contar alguns casos para mim, como quem fizesse parte da minha vida há anos; Eu, a velha e a chuva... Ah, e os biscoitos!<br />
<br />
Embora falássemos de banalidades, aquele foi um encontro sublime. <br />
Nos despedimos quando a chuva cessou, o que não impediu que outros pingos - quentinhos. Ufa! - lavassem meu rosto no trajeto para a casa.<br />
<br />
Quem seria aquela senhora: Um passado, uma brecha, uma exceção? <br />
<br />
Para mim e, contra todos os meus medos: Uma <strong>esperança</strong>.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-27976442829477567312010-08-31T04:26:00.004-03:002010-08-31T04:44:19.266-03:00Sobre o amor...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtxxgpESoFOZwfcqxoA7o2C5AQdctc7GBUi7pbd_xMf5GyDZdiFhMeBQLUB27sOmHpZt8_4qWRHv3hJRiabhv_vQZ6Ycj1UPDVZXjXi7M18TyBfocVaOSf8Znfq9RHKHwAd0Tl/s1600/eu-queria-ser-amor-geisa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtxxgpESoFOZwfcqxoA7o2C5AQdctc7GBUi7pbd_xMf5GyDZdiFhMeBQLUB27sOmHpZt8_4qWRHv3hJRiabhv_vQZ6Ycj1UPDVZXjXi7M18TyBfocVaOSf8Znfq9RHKHwAd0Tl/s320/eu-queria-ser-amor-geisa.jpg" /></a></div>Às vezes temos convicções que não conseguimos expressar. De repente vem alguém e aborda fielmente o que você pensa sem qualquer dificuldade.<br />
Há tempos que desejo falar à respeito do amor. Hesitei muitas vezes por me faltar as palavras. Hoje, divagando madrugada afora pela web, deparei-me com esta crônica do Artur Da Tavola, cujo seu conceito de amor é fiel ao que sempre cri, mas não tive competência para exprimir...<br />
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Aos casados há muito tempo, aos que não casaram, aos que vão casar, aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar, aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar... Enfim; todos deviam ler:<br />
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<strong>"Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o AMOR ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar a gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. </strong><br />
<strong>Tem algum médico aí? </strong><br />
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<strong>Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que? O AMOR. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam que tem o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe o sexo.</strong><br />
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<strong>Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.</strong><br />
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<strong>Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolveram dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero.</strong><br />
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<strong>Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. </strong><br />
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<strong>Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina pra educar filhos, dar exemplos, não gritar. Não adianta, apenas, amar. </strong><br />
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<strong>Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança.</strong><br />
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<strong>Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, ‘solamente’, não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. </strong><br />
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<strong>Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar pra sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande, mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta..."</strong><br />
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Se eu acrescentar qualquer comentário, estragarei a perfeição da comunhão que há entre mim e essa idéia.Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-78899992567468838852010-04-20T11:02:00.006-03:002010-04-20T12:28:21.135-03:00Amiúde<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWTXi8NMpgf2sg8dFR_qpaekEEj0EErMJ86QDrA0myIR9cQCXuiwdXnJbU09d76fGiALzgTjZ_B_-wWhXKCZZkIFceVQozNZGzzMBPCcjHJfr8Ax3B7oDE3dIuF6HYNerDf71r/s1600/daddy-girl-brunette.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWTXi8NMpgf2sg8dFR_qpaekEEj0EErMJ86QDrA0myIR9cQCXuiwdXnJbU09d76fGiALzgTjZ_B_-wWhXKCZZkIFceVQozNZGzzMBPCcjHJfr8Ax3B7oDE3dIuF6HYNerDf71r/s320/daddy-girl-brunette.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462241642266888610" /></a><br />Papai chegou neste sábado e calhou d'ele vir justamente nesta semana em que eu estaria uma pilha de nervos, por conta de uma prova que farei no domingo.<br />No início prometi pra mim mesma que não me desconcentraria, que estudaria toda a semana como se ele não estivesse aqui, prometi para minha consciência que era por uma razão, cujo, resultado depois o compensaria... Promessa estupida! <br />No íntimo do meu coração eu sabia que não cumpriria, o que previsivelmente foi fatal... <br />Cá estou, na tentativa frustrada em me compenetrar, procurando em vão decorar decretos, portarias, enquanto ouço enternecida os hinos que ele assovia ou cantarola, preparando meu prato predileto... Então, como no café da manhã, nos sentaremos para comer, vamos filosofar um tanto, relembraremos pessoas e situações de outras épocas, discutiremos ideais políticos, religiosos, musicais, ele resmungará que estou comendo pouco, eu por minha vez desconversarei, vamos assistir ao noticiário, ele vai implicar com alguma propaganda, ao fim naturalmente irá cochilar, eu vou rir disso com ternura, depois vou cochilar também repousada em seu colo, acordaremos depois, ele fará rosquinhas de açúcar com café fresquinho e tudo se repetirá... Assim só estudarei a noite quando ele já estiver dormindo.<br />Pode parecer irresponsabilidade minha, mas, a verdade é que a presença dele enche essa casa - e meu coração - de modo inexplicável, colore os dias e me tira um fardo das costas. É como se eu voltasse à infância, despreocupadamente, e minha única função; ser a filhinha dele. <br />E pra ser sincera tô serena, como dizia o poeta: Temos que amar as pessoas como se o amanhã não existisse.<br />Sei que este é o meu melhor investimento; o amor em toda a sua simplicidade, que nada exige, é espontâneo e por conseguinte inevitável...Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-6194332374342796132010-04-14T04:24:00.005-03:002010-04-14T05:06:20.029-03:00Outono!<em><br />"A distração da própria vida é o termômetro do amor. Quem ama não 'vive', desaparece."</em><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXnMCIbXXLzM3KZCVa21_sa0ZW9fZXztAsWH_HuFJg2gxLItrqQxQhN3mSWM1Q50Mp2uDxcMfWx4iFjProM2i6DSmGHgLUiTc5RmJLObloldNYmxU9DuxN_MujotOOrTJuTyWv/s1600/ou.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 258px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXnMCIbXXLzM3KZCVa21_sa0ZW9fZXztAsWH_HuFJg2gxLItrqQxQhN3mSWM1Q50Mp2uDxcMfWx4iFjProM2i6DSmGHgLUiTc5RmJLObloldNYmxU9DuxN_MujotOOrTJuTyWv/s320/ou.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459897336006957922" /></a><br /><br />É com essa frase de <a href="http://carpinejar.blogspot.com/">Carpinejar</a> que justifico minha ausência...<br />Estou irremediavelmente feliz! E é assim deixando falar o coração que tenho a sensação plena de que este é o caminho. Onde posso ir e vir livremente, em paz, sem medo, no rastro do amor! Divino amor...Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-48707603411714120752010-02-21T16:33:00.005-03:002010-02-22T04:06:13.726-03:00Um novo tempo...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn_MNVxBqReAjeZtsDiliag2mp7AzJ78l9ETk9VL6NE2QQWezxVduqogzYLpMQwHNZfWA1-zegFDF_fg7ROUlUjNIICfZPc5G6JTjQGhcDVO7dLjC2yNK9EkaHRIFILn3ZfPeJ/s1600-h/Subexposi%C3%A7%C3%A3o.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn_MNVxBqReAjeZtsDiliag2mp7AzJ78l9ETk9VL6NE2QQWezxVduqogzYLpMQwHNZfWA1-zegFDF_fg7ROUlUjNIICfZPc5G6JTjQGhcDVO7dLjC2yNK9EkaHRIFILn3ZfPeJ/s320/Subexposi%C3%A7%C3%A3o.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440785708704510674" /></a><br /><br />Estou tentando entender isso de felicidade. Explicar o porquê dessa calma.<br />Talvez seja o motivo do meu silencio. Algo que não conhecia.<br />Tão estranho, novo, perturbador, contagioso...<br />Eu que sempre fui tão insegura, me desequilibro no meio de tanta certeza.<br />Vem um medo, mas nada...<br />Deixa assim pra sempre, está tudo tão bom!<br />Melhor não entender, não explicar. Sentir! Sentirmos...Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-47226872789559114732009-06-03T23:38:00.005-03:002009-06-04T00:57:20.645-03:00Por que não?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9UZ8jxS3fvq3tGY81x6WKMckV_ywJZBYbIoLAOMkqzf_eQYeapj8IKj0ww1iSQRILwm3zCOEOMwwwV93zAzZx4KMTY-0bN0AXdlK4jjN1KWjpMoWl8K18IiBs1tTybUWK2eM9/s1600-h/RE.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 255px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9UZ8jxS3fvq3tGY81x6WKMckV_ywJZBYbIoLAOMkqzf_eQYeapj8IKj0ww1iSQRILwm3zCOEOMwwwV93zAzZx4KMTY-0bN0AXdlK4jjN1KWjpMoWl8K18IiBs1tTybUWK2eM9/s320/RE.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5343316540584550866" /></a><br />Fim de noite, febre alta, e eu aqui compenetrada em defender minha tese, <em>a tese do NÃO</em>:<br />Eu o vejo sempre associado ao fracasso:<br /><em>Ela <strong>não</strong> passou no vestibular. Eu <strong>não</strong> sei dançar. Ele <strong>não</strong> sobreviveu. Eu <strong>não</strong> tenho um carro...</em><br /><br />Olhamos o paradoxo:<br /><em>Ele <strong>não</strong> passa fome, Eu <strong>não</strong> gosto de sertanejo. Nós <strong>não</strong> somos idiotas. Eu também <strong>não</strong> gosto de você... </em><br /><br />Sendo assim, eu não entendo porque ele é visto como vilão, e porque o tememos tanto...<br />"NÃO" sempre nos abrem portas, á eles se devem muito de nossas histórias, apesar de ninguém fomentar isso. Quando respiramos fundo e dizemos NÃO é que realmente somos valentes, corajosos e ousados... <br />É o <strong>NÃO</strong> que nos liberta!Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-7085609731448669242009-05-28T00:57:00.000-03:002009-05-28T01:25:48.117-03:00Relâmpagos... Eu os sinto!Na calada da noite<br />Quando se repousam todos os amantes<br />E a neblina cobre o que é belo<br />Eu me recuso a render-me ao sono dos justos<br />Apenas para prolongar essa tempestade em mim<br /><br /><br />E tudo é silêncio...<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzZQj66sHnkANMaOvaExfHQl3-WC860eZkLLVJiedjl3-CwdY7w2Pmio0Aa8KHSBLaVkLOOSwFWOghNg4KtoxADcNV2AY1EtTaTDriFKaR5jRDJeUMg_BhVQuxBicQicEdlERf/s1600-h/imagem+1818.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzZQj66sHnkANMaOvaExfHQl3-WC860eZkLLVJiedjl3-CwdY7w2Pmio0Aa8KHSBLaVkLOOSwFWOghNg4KtoxADcNV2AY1EtTaTDriFKaR5jRDJeUMg_BhVQuxBicQicEdlERf/s320/imagem+1818.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5340720804512032018" /></a>Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-59593817206178330362009-05-26T22:52:00.000-03:002009-05-27T01:19:46.735-03:00Uma pausa...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaZ0KHT2SZpt6bp6SGW6sP05TkVfbFHdGBh_0dBrM6ZE4hnv_H7vhpa5FLgi2Sx3YGbEL8s6-hXiFRG0CH2Oip-hN_27rV-VRg3a3UNDnXjPjLHKkEEQos8PR64VjdrCzuSjgR/s1600-h/ratim.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 223px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaZ0KHT2SZpt6bp6SGW6sP05TkVfbFHdGBh_0dBrM6ZE4hnv_H7vhpa5FLgi2Sx3YGbEL8s6-hXiFRG0CH2Oip-hN_27rV-VRg3a3UNDnXjPjLHKkEEQos8PR64VjdrCzuSjgR/s320/ratim.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5340353508356777266" /></a><br /><br /><br /><br />Não digo infeliz, porque de fato não procede, mas ando num saudosismo absurdo, resultante da correria diária que não me permite tempo para meus velhos deleites... É, não sinto falta de alguém ou de outra época, não é este o caso. Na verdade me sinto escassa de mim mesma, daquilo que me compõe; ouvir meus velhos (e bons) CDs, ler um livro daqueles que saciam a alma, ver um filme inteligente, brincar despreocupadamente com meu Hamster... Ah!<br />Saudade também de quando eu tinha de me moderar pra não me exceder nos textos em que eu postava, quando a inspiração era tão gritante que eu me perdia na madrugada digitando horas á fio pra depois simplesmente não postar... De passear com o controle aleatoriamente pelos canais, e cochilar na hora da melhor entrevista...<br />Sim, saudade de todo esse tédio que de alguma forma sempre contribuiu para as minhas grandes descobertas... Da vidinha pacata que me é bem peculiar.<br />E foi quando eu voltava hoje do trabalho que me atentei para o fato: Sabe quando algo "bobo" te produz aquela sensação prazerosa sem explicação razoável?! Me vi assim; depois de tempos sem praticar, eu voltava para casa de bicicleta, o frio nada sutil que batia no meu rosto e todo aquele contexto, me induziu a reconhecer como eu gosto disso!<br />Como uma coisa puxa outra; antes mesmo de chegar em casa eu tinha uma lista de músicas na memória e desejava tanto ouví-las que subi as escadas apressadamente, como se eu não não tivesse livre acesso diário á elas... Nesse instante após rir da minha estupidez, comecei a pensar sobre tudo isso... É estranho essa nossa capacidade de nos afastar de nós mesmos!<br /> Esses dias confidenciei para uma amiga que eu havia me tornado escrava do sistema, hoje pensando bem, me retifico: Ninguém é escravo de nenhum sistema sem antes ser escravo de si mesmo, de seus medos, suas contradições, vaidades, comodismo, enfim... Escravos de nossas escolhas, como se estas uma vez que tomadas, fossem obrigatoriamente padronizadas segundo o conceito coletivo, que nem nem é tão coletivo assim. Todavia, o lance atual é massificar e nós aderimos. Questionem comigo então nossa vida robótica, ao som do poeta que outrora constante se tornou esporádico aqui também...<br /><br /><strong>DUE</strong><br /><object width="340" height="285"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Qx7KXMn172g&hl=pt-br&fs=1&rel=0&color1=0xe1600f&color2=0xfebd01&border=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Qx7KXMn172g&hl=pt-br&fs=1&rel=0&color1=0xe1600f&color2=0xfebd01&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="340" height="285"></embed></object>Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-46483839346129197862008-12-25T00:48:00.000-02:002009-04-06T22:51:54.929-03:00Jingle Bell...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCkf4yLa07YfzaDufAGK7akv743E8fUkUyuMOsehpEkmlJ9b4xi91raHnBk5uuJr2fi1pkF447nvbKyfAM6yOSZtsZm3qge-5Tz4bgdjZoKdbc5OOxWWti8GsFMzjKF2Ut7qAG/s1600-h/fome2.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 260px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCkf4yLa07YfzaDufAGK7akv743E8fUkUyuMOsehpEkmlJ9b4xi91raHnBk5uuJr2fi1pkF447nvbKyfAM6yOSZtsZm3qge-5Tz4bgdjZoKdbc5OOxWWti8GsFMzjKF2Ut7qAG/s320/fome2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5321760798104868242" /></a><br />É bem verdade que não rendi nada aqui este ano e peço minhas sinceras desculpas aos meus fiéis leitores. Por diversas vezes rascunhei algumas palavras, a fim de postá-las. Mas no fim acovardei-me. Sei lá, mas acho que muita atividade, amigos, namoro nos deixam um pouco "burros", e ando muito envolvida com tais coisas...<br /><br /> <br /><br />Hoje senti aquela vontade avassaladora de vomitar meus pensamentos, principalmente aqueles que não me levam a lugar algum. Por serem tantos acumulados, eles estão muito desordenados e não fariam sentido. Direi somente da minha velha frustração de todo fim de ano. O que decididamente não está relacionado ás minhas conquistas. Detesto ser ingrata!<br /><br />O fato é que essas campanhas de fim de ano me reproduzem sensações de estranheza com o Mundo...Como o famoso "Natal sem Fome", me perdoem os bem intencionados, mas isso me agride. É como se o anunciante da campanha dissesse implicitamente: - Vamos matar a fome dos que sobreviveram á ela o ano inteiro, talvez no próximo natal não estejam mais aqui...<br /><br />É como se nessa época os corações fossem obrigados a serem generosos, um rito. Me deprime as mensagens que circulam nos meios de comunicação, as vitrines decoradas com neve quando vivemos num país tropical, desde criança questiono isso, sem falar no tão citado "presente de natal", é no mínimo incoerente se analisarmos o significado da data em questão. Eu gosto do clima de família reunida, quando é espontâneo, em função das férias e tal. Mas ao longo dos meus vinte e cinco anos já vi tanta hipocrisia neste meio que nem me atrevo a aprofundar-me. Afinal é natal e eu tenho que aderir ao clima de Peace and Love.<br /><br /> <br /><br />Tristezas á parte, estou pretendendo migrar-me para o Blogger, mas para isso preciso transcrever para lá todos os posts daqui, não quero que se percam e ainda não tive disposição para fazê-lo. Também trocarei o layout, a música de fundo e algumas informações pessoais. A vida anda, né?!<br /><br />Eu sei que não ando muito confiável, mas eu prometo que a partir disso irei escrever com mais assiduidade, sinto falta também. Este ano a grande novidade está sendo as aulas intensivas de inglês e meu ingresso numa nova ONG como voluntária; Koinonia é uma organização norte americana que visa atender crianças e adolescentes em risco social, agora nas férias estou com projetos teatrais, em fevereiro entro dando aulas de informática.<br /><br /> <br /><br />No mais nada de novo, exceto pelo desejo absurdo de me entocar em Angra dos Reis...Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-87729727380830825062008-06-17T22:45:00.000-03:002009-04-06T22:48:23.762-03:00Apenas um dia frio...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmkolQqI50kIYxjXAifNPcrI-UI7vdOXfsuiQ8XsN_5r7_FepRTJA8_5qplgG0HqOHQkdUUzO9fZjvpvlA96VCpfJXIgKQQGMXqBk_QkNOyyOmaUwm9psuCqipTJXlOoUkvRfk/s1600-h/friooo.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmkolQqI50kIYxjXAifNPcrI-UI7vdOXfsuiQ8XsN_5r7_FepRTJA8_5qplgG0HqOHQkdUUzO9fZjvpvlA96VCpfJXIgKQQGMXqBk_QkNOyyOmaUwm9psuCqipTJXlOoUkvRfk/s320/friooo.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5321760076640884658" /></a><br />Definitivamente me enquadro na categoria dos poetas tristes... E pra ser sincera até bem pouco tempo atrás havia certa beleza nisso; o charme obscuro da melancolia, o dom de parafrasear tragédias poetizando-as, que consagrou diversos monstros da Literatura...<br /><br />Mas, não pode ser! Eu me recuso estar condicionada a isso. Ô bichinho limitado e contraditório é o ser humano; que raio de inspiração é essa que só vem em meio ao caos?! <br /><br />Essa indagação me tomou parte do dia, dia frio e chuvoso, típico dessas ocasiões...<br /><br />Dias em que o corpo atrofia e mente resolve questionar todos os males do mundo e como a maioria deles fogem ao nosso controle, só nos resta filosofar...<br /><br />Isso explica meu sumiço daqui, nos últimos meses além do sol que brilhou aqui até ontem e se superou nessa temporada verão/outono, vivi intensamente que não tive tempo para sofrer ou reparar no sofrimento alheio. Aliás, é impressionante como ficamos egoístas quando estamos bem, infelizmente é inerente ao ser humano e eu como simples mortal não fujo á regra.<br /><br />Basta um indício de carência e já ficamos sensíveis a todo movimento que caracterize dor, nos compadecemos do próximo por mais distante que este seja, nos consternamos com músicas baratas que alguém num dia desses de amargura resolveu compor, nos comovemos com propaganda de operadora telefônica, banco, plano de saúde... Enfim, na realidade, só queremos um motivo que nos permita chorar nossas pitangas reprimidas, como se isso nos libertasse da nossa dura realidade, que na maioria das vezes nem é tão dura assim, mas dêem licença que estou “inspirada”.<br /><br />E é só o começo! Já chegou o inverno aqui nas montanhas...Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12685722.post-25342266389726131702007-09-27T00:42:00.000-03:002009-04-06T22:44:58.022-03:00O desafio de se conviver com a diferença<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGIaS_9Ir0zN7y1Afu5pEj6HnmWRFbFfvmdYJOT-AtxbrzRXFoE1FGgwLdo2ZGrnSpLsrdBcfjMKZHN6ly8iA22cfJ0mUicg1g3Dv0XLN9AKS0JYzWzIu1n37cOfHM4SC1EZvu/s1600-h/dir_povos1.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 278px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGIaS_9Ir0zN7y1Afu5pEj6HnmWRFbFfvmdYJOT-AtxbrzRXFoE1FGgwLdo2ZGrnSpLsrdBcfjMKZHN6ly8iA22cfJ0mUicg1g3Dv0XLN9AKS0JYzWzIu1n37cOfHM4SC1EZvu/s320/dir_povos1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5321759391390571570" /></a><br />Esta é uma das maiores dificuldades que a humanidade enfrenta atualmente, responsável principal pela maioria dos conflitos sociais, raciais, religiosos entre tantos outros.<br /><br />Temos uma tendência natural a nos distanciarmos daquilo que não se adere aos nossos conceitos, e quando as pessoas são limitadas mentalmente elas desenvolvem uma necessidade absurda de rotular as outras, julgando assim entendê-las. Desse modo etiquetam todo o mundo e o planeta Terra fica dividido entre várias tribos, facções, ignora-se que a identidade de cada um é individual e que apesar das diferenças somos todos semelhantes.Como temos o péssimo hábito de transformar tudo em defeito, evidenciamos sempre aquilo que nos é inconveniente e a diferença nos soa como algo desagradável, incômodo daí é um passo para o atrito.<br /><br />Todos os dias guerras sangrentas ou silenciosas são travadas diante dos nossos olhos, resultantes de algum tipo de discriminação.O problema é que isso é tão freqüente que termina sendo banalizado.<br /><br />E não simplesmente o velho hábito de rotular grupos que implica em discriminação. Na verdade nós também damos vida a este sentimento estúpido chamado PRECONCEITO quando permitimos que a inércia nos silencie, quando somos indiferentes à existência de vida em outros indivíduos, quando nos portamos com uma superioridade agressiva.<br /><br />O fato é que enquanto formos complacentes e não nos despertarmos de nosso próprio egoísmo o preconceito só tende a expandir, conseqüentemente o caos, a violência e outras coisas que tanto nos repugna.<br /><br />E o grande paradoxo é que independente de tribos a humanidade clama por paz, mas anda se esquecendo que não há PAZ onde não predomina o RESPEITO.<br /><br /> <br /><br /><strong>Resolvi trascrever aqui minha redação do ENEM, o tema era: "O desafio de se conviver com a diferença", e como se trata de relações humanas achei bastante pertinente postá-la.Bom isso pode até não ser meu passaporte para a Universidade, mas com certeza é a verdade que levo em minha vida.<br /><br />Á propósito; pra quem sabe ler um pingo será sempre um pingo.</strong>Regiane Litzkow,http://www.blogger.com/profile/12145618175402574594noreply@blogger.com0